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Treinando a Mente para Vencer Dentro e Fora da Quadra

  • Foto do escritor: Markus Lothar Fourier
    Markus Lothar Fourier
  • 27 de set.
  • 3 min de leitura

Quando pergunto a um tenista amador qual foi a diferença entre o seu melhor e o seu pior jogo, quase sempre a resposta é a mesma: *“foi tudo questão de cabeça”*. O curioso é que, mesmo reconhecendo isso, a maioria passa horas treinando o saque, o backhand, a resistência física — mas dedica pouco tempo a treinar o que de fato sustenta tudo: a mente.


A psicologia do esporte é justamente esse território esquecido. É ela que transforma um atleta amador em alguém capaz de jogar não apenas melhor, mas com mais prazer, mais consistência e mais clareza. E, aqui está o ponto central: as habilidades mentais que você desenvolve no tênis não ficam presas à quadra. Elas são exportáveis, úteis para executivos, diretores, empreendedores e para qualquer pessoa que precise lidar com pressão, tomada de decisão e equilíbrio emocional no dia a dia.


O tênis como laboratório de pressão


Pense em uma partida de tênis. Você está no *match point*, com o adversário respirando no seu pescoço. O coração acelera, a mão transpira, a mente se enche de dúvidas: “E se eu errar agora?”. Essa experiência é um microcosmo da vida. O mesmo acontece quando você precisa fechar um contrato importante, conduzir uma reunião decisiva ou lidar com uma crise inesperada no trabalho.


Na quadra, aprender a respirar fundo, focar no presente e tomar decisões assertivas é treino puro para a vida real. O atleta amador que exercita sua mente no esporte se torna também um profissional mais preparado para lidar com pressão, incerteza e adversidade.


Da quadra para a sala de reunião


Vou dar um exemplo prático. No tênis, desenvolvemos algo chamado “rotina entre pontos”. É aquele ritual curto que o jogador repete antes de sacar: respirar, ajeitar a raquete, olhar para a quadra, redefinir o foco. Pequeno gesto, enorme impacto.

Agora imagine um diretor que, antes de uma reunião estratégica, usa uma “rotina mental” para se concentrar, alinhar objetivos e entrar no ambiente com clareza. É a mesma lógica. O que aprendemos na quadra — foco, controle emocional, disciplina — se transforma em vantagem competitiva no mundo dos negócios.


Resiliência: perder, aprender, recomeçar


Outro benefício é a forma como lidamos com derrotas. No tênis, você perde pontos o tempo todo — até os melhores erram quase a metade das bolas que batem. Se não aprende a lidar com o erro, simplesmente não evolui.

No universo corporativo, quantos gestores você conhece que travam diante de um fracasso? O tenista que trabalha o lado mental entende que cada erro é matéria-prima para crescimento. Essa resiliência se traduz em coragem para inovar, experimentar e persistir mesmo quando os resultados imediatos não aparecem.


O prazer de jogar e de viver


A psicologia do esporte não serve apenas para ganhar mais partidas. Ela ajuda o atleta amador a recuperar o prazer pelo jogo, a jogar leve, com menos autocobrança e mais presença. E isso, por incrível que pareça, também reverbera na vida profissional. Quando conseguimos equilibrar desafio com prazer, disciplina com espontaneidade, pressão com diversão — encontramos um estado mental raro e poderoso: o de estar plenamente engajado no que fazemos.


O tênis amador é muito mais do que um hobby. Ele pode ser um verdadeiro campo de treino para a mente. Desenvolver habilidades psicológicas na quadra é, ao mesmo tempo, um investimento no esporte e na vida.


Quando você treina para lidar com a pressão de um jogo, você treina para lidar melhor com a pressão da vida. Quando aprende a manter o foco em meio ao barulho da torcida, você aprende a manter o foco em meio ao caos corporativo. Quando descobre como voltar mais forte após uma derrota, você se torna alguém capaz de se levantar após qualquer tropeço.


Em outras palavras: ao treinar seu lado mental no tênis, você se treina para ser um jogador melhor, mas sobretudo para ser um líder melhor, um profissional mais equilibrado e uma pessoa mais preparada para os desafios do cotidiano.


A quadra é apenas o começo. O verdadeiro jogo acontece todos os dias.


Das quadras para a vida
Das quadras para a vida

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